Meritocracia em quadrinhos: Entenda o que é e como funciona

Meritocracia em quadrinhos
Meritocracia em quadrinhos é uma abordagem interessante e divertida. Está em voga um discurso da meritocracia. Tal ideia está baseada na defesa da tese de o mérito depende apenas do esforço individual. Neste sentido, não deve haver nenhuma política de assistência ou de discriminação afirmativa porque estas estariam “acomodando” os sujeitos.

É comum utilizarem a falácia da inversão do acidente para justificar que é comum uma pessoa com oportunidades sociais reduzidas conseguir ocupar o mesmo espaço social das demais. Assim, nega-se o contexto social e legitima os privilégios de grupos minoritários.

A gestão de desempenho é um modelo de alocação de recursos, recompensas ou vantagens, e os únicos critérios a serem considerados são o desempenho e as habilidades pessoais de cada um. Como uma das idéias do moralismo baseado no liberalismo, o governo da elite é o princípio básico de justiça na sociedade ocidental moderna. É com base nessa ideia que a forma como os recursos são alocados na sociedade é razoável e legal. Segundo o jornal, a mobilidade social deve ser o único resultado que um indivíduo paga por meio de qualificação e trabalho.

Esses debate sobre meritocracia é comum nas redes sociais e tem gerado toneladas de textos e argumentos. Para enriquecer o debate, o ilustrador australiano Toby Morris criou um quadrinho bastante didático chamado “On a Plate” (“De bandeja”, em tradução livre) o qual foi traduzido pelo pessoal do catavento*.
Do ponto de vista de Michael Young, o termo “heritarismo” descreve um mundo profundamente injusto. Este termo é usado e disfarçado de forma apropriada, pois descreve o direito ao progresso social e econômico devido aos esforços individuais. É neste último sentido que a palavra é usada no discurso neoliberal.

Segue-o abaixo:

 

 

 

 

Outra reflexão interessante é essa sobre cotas

Publicação original de The Wireless. Tradução por catavento*.

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Roniel Sampaio Silva

Mestre em Educação e Graduado em Ciências Sociais. Professor do Programa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Campo Maior. Dedica-se a pesquisas sobre condições de trabalho docente e desenvolve projetos relacionados ao desenvolvimento de tecnologias.

22 Comments

  1. A grande fábula do capitalismo. Todos podem sonhar e acreditar que poderão realizar seus sonhos, mas , na verdade, somente os predestinados, e algumas poucas exceções , é que mantém a fábula funcionado.

    • Defender as cotas raciais por exemplo. Sou classe média também, vivi em um berço que tinha tudo para estudar. Mas isso não me impede de reconhecer a necessidade dos programas sociais para essas pessoas. Não se deixe enganar quando falam que estão tirando do seu bolso. As pessoas milionárias isentas de impostos fazem um buraco muito maior nessa conta para o país.

  2. Falácia do espantalho, distorceu a posição contrária para criticá-la da forma que quer. Qualquer pessoa que saiba o mínimo sobre meritocracia jamais teria uma opinião como você disse acima. Lamentável isso vindo de alguém com nível de pós-graduação.

  3. Ridículo, assim como o Socialismo, parem de se vitimizar e vão estudar bando de desocupados, ficam de mimimi por aí e ao invés de pegar um livro ficam assistindo a rede globo e depois reclamam que não conseguem as coisas por que são coitadinhos que nasceram pobres, vítimas da sociedade.

    • Mas mesmo que os "desocupados" peguem um livro ou invés de assistir à rede Globo nunca terão as mesmas chances de quem teve o livro na mão desde pequeno.
      É muito fácil reclamar dessas pessoas e continuar com indiferença, difícil é aceitar o lado delas.

  4. Acredito que existam verdades em ambos os lados. No entanto, estão muito concentrados tentando defendê-las. De um lado, os que não se importam com a enorme diferença entre as classes, pois estão confortavelmente satisfeitos. Do outro, os que não se conformam com a "injustiça" de não terem as mesmas condições, e infelizmente isso os amedronta e os fazem perder o foco!

  5. A maior desgraça do povo brasileiro e latino é o cristianismo que a colonização portuguesa e espanhola deixou, roubaram mataram e escravizaram os índios e os negros. Estrupando estes e criando uma miscigenação complexa e alienada massa de manobra das elites coloniais a as capitalistas com no Brasil uma nação católica e evangélica que acreditam em Jesus Cristo que nunca serviu para nada e nem os salvo os do genocídio e da escravidão e hoje são massas de marionetes sacaneados por diversos espertalhões (?) que vivem a custa dos povos cristianizados e boçais.

    • Muitas ideias de igualdade e respeito tem origem no cristianismo. Mesmo quem não acredita deveria observar a originalidade delas no seu contexto. Quanto à questão, realmente concordo com o Henrique. Tendemos a ser "cabeças fechadas", defensores de uma sociedade binária, como se só fossem possíveis um ou outro extremos.
      Gostei da tirinha, para um meritocrático ela promove uma reflexão muito interessante. Agora, ela é bem parcial. Mas como disse, a reflexão é interessante.

    • Não os ricos, mas a ganância e a vontade de pisar nos outros que os ricos têm. Tem que haver taxação das riquezas para promovermos justiça social.

  6. Isso relatado não foi meritocracia, e sim privilégiocracia! Querem enganar a quem?!!
    Q bosta. Só colocar fatos da história mesmo onde o comunismo e o socialismo não deram certo em lugar nenhum do mundo, ao contrário, quebrou países inteiros. Onde todas as ditaduras de direita do mundo somadas mais as cruzadas não mataram a mesma quantidade de apenas um regime socialista (q é a ante-sala do comunismo) por exemplo de Josef Stalin.
    Lá sim o Mérito não existe em nada, pois o governo expropria e rouba para o bem do partido.

    • Diogo, quão semelhante foi esse seu último comentário com o atual governo de direita brasileiro? O capitalismo mata, exclui e escraviza indiretamente todos os dias e continuamos nessa inércia por pensarmos como você.

  7. Resumindo: os menos favorecidos têm que remar contra a maré a vida inteira, por outro lado quem tem recursos é como se seguisse a ordem natural das coisas, com seus privilégios e facilidades em comparação a quem pouco ou nada têm. E há também as oportunidades, enquanto quem está na base da pirâmide social pode ter apenas uma chance (se tiver), o abastado tem inúmeras, e o direito de errar em suas escolhas até que por fim acerte. Isso não é vitimismo, é a realidade nua e crua.

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