A mão invisível do mercado é quem sobe o preço do álcool gel?

rafael Jungles.
Rafael Jungles, graduado em Ciências Sociais (PUC-PR).
Por Rafael Jungles*
Quando retornou para Terra, o astronauta Neil Alden Armstrong, foi entrevistado por um jornalista que o perguntou: “O que você viu lá de cima?” (sua resposta foi simples, porém ainda não compreendida) “A Terra e a humanidade fazem parte de uma coisa só”. A ética Capitalista é incompatível com essa simples ideia.
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Como um Sistema baseado na exploração ilimitada dos “recursos naturais”, produção ilimitada de mercadorias, acumulação ilitimada de capitais e exploração do homem pelo homem pode encontrar equilíbrio? Pela Mão Invisível do Mercado? Por uma ética de competição? Por um modelo social político e econômico, no qual os bens produzidos são individualizados e os prejuízos socializados?
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O Capitalismo é lubrificado com o sangue da miséria, sem desigualdade social não há capitalismo possível. Não é por acaso, que em uma antiga escritura que alguns bilhões de seres humanos “seguem” (ou cegam-se), diz “ é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mateus 19:24). Não vamos para o sentido Teológico da frase, mas tão somente às experiências cotidianas.
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A desgraça dá lucro! Alimentos, gás, produtos de higiene, etc. No contexto de calamidade a resposta humanitária do capitalismo é aumentar o preço das mercadorias, concentrar recursos nas mãos de poucos com estoques supérfulos e deixar quem precisa sem assistência. Quem opera essa equação? É a Mão Invisível do Mercado? Não. São os interesses individualizados daqueles que ainda não entenderam que Terra e humanidade, ricos e pobres fazem parte de uma coisa só. Somos interdependentes.
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No curto e médio prazo, posso até me dar bem atropelando o bom senso e a solidariedade, mas, certamente isso não vai me levar muito longe. Chegará um tempo em que os muros do condomínio não vão mais conter as revoltas populares, as doenças não vão ser exclusivIdade dos pobres. Nesse tempo, a Mãe Natureza virá cobrar o preço. Será que todos(as) estaremos dispostos(as) a pagar a conta da ignorância?
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O mundo não será o mesmo depois do Coronavírus, isso é certo. Mas será que aprenderemos alguma coisa com isso? Continuaremos caminhando para um abismo social catastrófico onde cegos dirigem idiotas”? Ou vamos assumir nossa responsabilidade de sujeitos históricos e mudar, tirar a venda dos olhos e vislumbrar e trabalhar para um horizonte equilibrado entre Humanidade/Terra?
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Que nesse período de quarentena, possamos valorizar o que realmente importa e pensar, que mundo queremos daqui pra frente.
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Que a Luz Divina clareie nossas consciências, a Paz harmonize os corações belicosos e o Amor irradie sua força transformadora
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*Possui graduação em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná(2017) e é especialista em Pedagogia Social e também em Economia Solidária. Atualmente é Professor da Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Tem experiência na área de Sociologia.

Roniel Sampaio Silva

Mestre em Educação e Graduado em Ciências Sociais. Professor do Programa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Campo Maior. Dedica-se a pesquisas sobre condições de trabalho docente e desenvolve projetos relacionados ao desenvolvimento de tecnologias.

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