Nomes dos estados brasileiros e suas respectivas origens

nomes dos estados brasileiros
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Nomes dos estados brasileiros segundo pesquisa histórica e etimológica compilada neste post. Para saber a origem dos nomes dos estados brasileiros e do Distrito Federal, é preciso saber mais sobre o Brasil. Atrás de cada nomenclatura há um conto, às vezes polêmico, e é verdade, que se refere às três fontes principais do batismo: os nomes indígenas associados àquela área em particular, os acidentes geográficos e os nomes dos santos. Veja a lista completa de estados abaixo:

Esta seção apresenta informações sobre as 27 unidades federativas, sendo 26 estados e um distrito federal. Seguem tais nomes dos estados brasileiros e suas respectivas origens.

Acre – o nome provavelmente vem de ‘aquiri’, corruptela de ‘uwákürü’, vocábulo do dialeto Ipurinã que denominava um rio local. Conta a História que, em 1878, o colonizador João Gabriel de Carvalho Melo fez um pedido por escrito a um comerciante paraense de mercadorias destinadas à ‘boca do rio Aquiri’. Só que o comerciante não entendeu a letra de Melo, que parecia ter escrito algo como ‘acri’ ou ‘aqri’, e as compras foram entregues ao colonizador com o destino ‘rio acre’.

Alagoas – deriva dos numerosos lagos e lagoas que banham a região. Só Maceió, a capital, possui 17 lagoas, entre mais de 30 em todo o Estado.

Amapá – a origem desse nome é controversa. Na língua tupi, o nome Amapá significa ‘o lugar da chuva’ – ‘ama’ (chuva) e ‘paba’ (lugar, estância, morada). A tradição diz, no entanto, que o nome teria vindo do nheengatu, uma espécie de dialeto tupi jesuítico, que significa ‘terra que acaba’, ou seja: ‘ilha’. Também pode se referir à árvore amapá (Hancornia amapa), muito comum na região. Sua seiva é usada como fortificante e estimulador do apetite.

Amazonas – o nome, que se transmitiu do rio à região e, depois, ao Estado, deve-se ao explorador espanhol Francisco de Orellana que, em 1541, ao chegar à região, teve de guerrear com uma tribo indígena. O cronista da expedição relatou que os guerreiros eram, na verdade, bravas índias. Elas foram comparadas às amazonas, mulheres guerreiras que, segundo lenda grega, retiravam o seio direito para melhor manejarem o arco-e-flecha.

Bahia – deriva da Baía de Todos os Santos, região onde atracou uma esquadra portuguesa em 1º de novembro de 1501, dia dedicado a Todos os Santos. Em 1534, quando o Brasil foi dividido em capitanias, havia uma orientação para que elas fossem batizadas com nomes dos acidentes mais notáveis nos seus territórios.

Ceará – vem de ‘ciará’ ou ‘siará’ – ‘canto da jandaia’, em tupi, um tipo de papagaio pequeno e grasnador.

Espírito Santo – o Estado originou-se de uma capitania doada a Vasco Fernandes Coutinho, que chegou à região no dia 23 de maio de 1535, um domingo do Espírito Santo (ou Pentecostes, 50 dias após a Páscoa), razão pela qual a capitania recebeu esse nome.

Goiás – deriva do nome dos índios guaiás, que ocupavam a região no final do século 16, quando lá chegaram os bandeirantes em busca de ouro.

Maranhão – outro nome com origem controversa. Uma das hipóteses é que venha do nheengatu ‘mara-nhã’, outra é que tenha origem no tupi ‘mbarã-nhana’ ou ‘pára-nhana’, que significa ‘rio que corre’. Outra possível origem está no cajueiro, árvore típica da região conhecida como ‘marañón’ em espanhol.

Mato Grosso – a denominação tem origem em meados da década de 1730 e foi dada pelos bandeirantes que chegaram a uma região onde as matas eram muito espessas. Embora a vegetação do Estado não seja cerrada e densa em toda a sua superfície, o nome foi mantido e se tornou oficial a partir de 1748.

Mato Grosso do Sul – a criação do Estado é resultado de um longo movimento separatista que teve sua origem em 1889, quando alguns políticos propuseram a transferência da capital de Mato Grosso para Corumbá. Na primeira metade do século 20, com a chegada de seringueiros, criadores de gado e exploradores de erva-mate à Região Sul, ficou clara a diferença entre as duas metades do Estado. E em 1977 ele foi desmembrado.

Minas Gerais – a existência na região de inúmeras minas com metais preciosos, descobertas pela exploração dos bandeirantes paulistas no final do século 18, deu origem ao nome do Estado. O motivo da junção do adjetivo ‘gerais’ para ‘minas’ pode ser por conta dos vários tipos de minérios ou também para diferenciar das minas particulares.

Pará – vem da palavra tupi ‘pa’ra’, que significa ‘mar’. Esse foi o nome dados pelos índios para o braço direito do rio Amazonas que, ao confluir com o Rio Tocantins, se alonga muito parecendo o mar.

Paraíba – vem da junção do tupi ‘pa’ra’ com ‘a’iba’, que significa ‘ruim, impraticável para a navegação’. O nome foi inicialmente dado ao rio e depois ao Estado.

Paraná – também formado pela junção de ‘pa’ra’ com ‘aña’, que significa ‘semelhante, parecido’. A palavra serviria para designar um rio semelhante ao mar.

Pernambuco – o nome vem do tupi-guarani ‘paranambuco’, junção de ‘para’nã’ (rio caudaloso) e ‘pu’ka’ (rebentar, furar) e significa ‘buraco no mar’. Os índios usavam essa palavra para os navios que furavam a barreira de recifes.

Piauí – do tupi ‘pi’awa’ ou ‘pi(‘ra)’awa’, que significa ‘piau, peixe grande’, com ‘i’ (rio). Ou seja, rio das piabas ou dos piaus.

Rio de Janeiro – em 1º de janeiro de 1502, uma expedição portuguesa sob o comando de Gaspar Lemos chegou ao que lhes parecia a foz de um grande rio, denominando o local como Rio de Janeiro, ao que é, na realidade, a entrada da barra da Baía de Guanabara.

Rio Grande do Norte – recebeu esse nome por conta do tamanho do Rio Potengi.

Rio Grande do Sul – primeiro chamado São Pedro do Rio Grande, por causa do canal que liga a lagoa dos Patos ao oceano.

Rondônia – originalmente criado como Território do Guaporé em 1943, trocou de nome em 17 de fevereiro de 1956, em homenagem ao marechal Cândido Rondon (1865-1958), que desbravou a região.

Roraima – nome indígena local que significa serra verde ou monte verde. A palavra é formada pela junção de ‘roro’ ou ‘rora’ (verde) com ‘imã’ (serra ou monte).

São Paulo – o nome está relacionado com a data de fundação do Real Colégio de São Paulo de Piratininga, em 25 de janeiro de 1554, que originou a cidade de São Paulo. Essa data é comemorada pela Igreja Católica como o dia da conversão de Paulo ao cristianismo.

Sergipe – do tupi ‘si’ri-ï-pe’, que significa ‘rio dos siris’.

Santa Catarina – há duas possíveis origens para o nome. A primeira se refere a Sebastião Caboto, italiano a serviço da Espanha, que chegou à ilha por volta de 1526 e teria lhe dado esse nome em homenagem a sua mulher Catarina Medrano. Alguns historiadores, entretanto, acreditam que se trata de um oferecimento a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela Igreja no dia 25 de novembro.

Tocantins – nome de um grupo indígena que teria habitado a região junto à foz do Rio Tocantins. A palavra tupi significa ‘bico de tucano’.

 

 

Fontes: Eduardo Bueno, autor de ‘A Viagem do Descobrimento’; João Bonturi, professor de História; Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Dicionário da História da Colonização Portuguesa no Brasil; sites dos Estados e site do Ministério das Relações Exteriores.

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Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

1 Comment

  1. Parabéns pela pesquisa. Muito legal saber. Pena não ensinarem isso nas escolas. Só empurram goela abaixo o nome, mas ninguém sabe da onde vem. Ficaria até mais fácil de decorar

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